what if she wasn't like this?
Se ela não fosse egocêntrica,
talvez o meu riso fosse mais leve,
os meus passos mais livres,
a minha alegria mais verdadeira,
As minhas lágrimas mais escassas
os meus sonhos, menos pesados.
Mas aos 16, quase a fazer 17,
carrego o peso da constante cobrança
as notas que nunca são suficientes,
as atitudes que nunca são corretas
os gestos que nunca alcanço
a aprovação que, como sombra, escapa-me.
Ela controla cada instante,
Cada segundo da minha vida
sufoca o tempo que deveria ser meu.
Decide o que posso ou não fazer,
o que posso ou não ler
se posso ou não dormir
como se a liberdade fosse um crime
e crescer fosse uma traição.
E se ela não fosse egocêntrica?
Talvez pudesse contar-lhe os meus medos,
os meus desejos, os meus erros,
mas nunca sinto-me à vontade.
Ela irrita-se sempre, culpa-me sempre,
como se a minha verdade fosse uma ofensa,
como se falar fosse veneno,
um veneno letal
Cada palavra dela serve para me rebaixar,
diz-me que sou inútil, sem empatia, egoísta
como se ser eu, não fosse suficiente,
como se existir fosse errado.
Ela segura as rédeas da minha vida,
e, mesmo assim, queixa-se do meu caminho.
das minhas poucas escolhas
Sou prisioneira das suas expectativas,
e, ao mesmo tempo, do seu desdém.
E se ela não fosse egocêntrica?
Talvez eu pudesse ser mais do que um reflexo
de tudo o que ela queria que eu fosse.
Talvez pudesse ser alguém,
com liberdade para sonhar,
para errar,
para viver.
Diariamente guardo silêncio diante dela,
porque sei que qualquer palavra
se transforma em guerra.
Se ela não fosse egocêntrica,
seria amor, não guerra.
Seria lar, não prisão.
Mas sou eu quem escreve a história,
e um dia,
escreverei a minha redenção.
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