the everyday struggle

 É uma dança inquieta, um ciclo sem fim,

A contagem implacável de calorias insignificantes

Um jogo cruel, de calorias somadas, tiradas, medidas,

Como se cada número fosse uma sentença ou alívio.


Acordo e a mente já corre, frenética,

Cada garfada pesa tanto,

não no prato, mas na alma,

Cada escolha é calculada com precisão,

Num sussurro que dita: “só mais um pouco, ou nada”.


Perdi 6 kg, um marco que deveria ser vitória,

Mas o troféu é feito de angústia e vazio.

Não é apenas o corpo que muda,

Mas a forma como a vida se torna uma equação,

Uma contagem obsessiva, doentia 


Na esquina da minha obsessão, eu conto e reconto,

Busco um controle que escapa entre os meus dedos,

Como uma areia fina num punho trêmulo,

Onde a segurança e satisfação nunca se encontram.


E então vem a velha, olhar afiado e riso leve,

O seu comentário tão casual, cortante como uma faca,

E todo o esforço, a fome, a contagem,

Perde sentido, vira pó ao vento de sua fala.

Perco rumo dos meus objetivos, 

Perguntando-me se realmente está a fazer efeito.

Ou simplesmente será que não sou merecedora, do corpo perfeito?


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