oh, that's bad

 No espelho, observo mais do que uma imagem,  

Vejo antes um eco de críticas que nunca cessam,  

Reflexos distorcidos, sombras de um eu,  

Entre os contornos da dúvida e da dor?


Os dias passam, e o peso torna-se um fardo,  

O meu  corpo grita, mas ninguém ouve.

As balanças falham em medir o que sinto,  

E as roupas transformam-se em monumentos de insegurança.  


Olho para os outros, como uma crítica,  

desejando ser igual 

Comparando-me a imagens que não me pertencem,

Desejando a leveza, o corpo perfeito,  

Um ideal inatingível, que cada vez magoa mais .  


Nunca me sinto suficiente, nunca sou bonita,  

As comparações cortam como lâminas afiadas,  

Se ao menos eu fosse mais magra, mais fina talvez 

ela gostaria de mim?

Eu passaria a me aceitar?

Alguém olharia para mim e veria beleza?

Talvez o espelho pudesse mostrar quem realmente sou?


Um passo de cada vez, na busca do eu,  

Compreendendo que a beleza é um vasto horizonte,  

E que o amor-próprio é a verdadeira conquista,  

Em cada imperfeição, há uma particularidade que brilha.  


Assim sigo, entre lágrimas e paranóias

Assim sigo, perdida

A força que habita em mim mais parece um sonho distante.

No labirinto da minha mente, o farol apaga-se

Fazendo-me incapaz de me amar


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