lost bets
Na solidão dos dias que não acabam,
afogo-me em espelhos que gritam verdades cruéis.
Um rosto vazio, um corpo ausente,
Sinto-me presa entre o que desejo e o que me é permitido.
I bet on losing dogs,
o meu cansaço pesa mais do que os ossos do meu corpo, que conto.
Os desejos, tão doces,
ficam presos entre os meus dentes cerrados,
um eco de prazer que não ouso provar.
“I know they’re losing, and I’ll pay for my place” —
a melodia ecoa incessante,
e ainda assim continuo a jogar,
como se a derrota fosse o meu único abrigo.
Preciso que me vejam, que me amem,
que cada olhar seja um farol para o vazio.
Mas quanto mais me encolho,
mais distante parece a luz,
mais funda se torna a minha fome.
Talvez a magreza traga asas,
talvez a ausência de peso me faça voar.
Mas e se, no final, eu apenas desaparecer,
“leaving nothing but my trace?”
Estou cansada.
De apostar, de perder,
de arrastar este corpo que se torna
uma prisão feita de escolhas que não fiz.
Fecho os olhos e pergunto-me:
quando deixarei de correr atrás de cães feridos?
“I bet on losing dogs,”
e no fundo sei —
já nem consigo distinguir se corro ou rastejo.
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